Todos sabem que mês de agosto é popularmente conhecido como o mês do cachorro louco. Isto porque há muitos anos neste mês é feita uma campanha de vacinação anti-rábica governamental e gratuita, a qual visa imunizar o maior número possível de cães e gatos.
A raiva é uma doença que acomete basicamente qualquer mamífero e pode ser transmitida aos homens, por isso é considerada uma zoonose.
É um grave problema de saúde pública e considerada a mais perigosa das zoonoses porque é uma doença viral incurável tanto para os animais quanto para os homens. Esta doença envolve o sistema nervoso, levando a óbito depois de um curto período de evolução.
A principal forma de transmissão da raiva é através da mordida de animais raivosos, isto é, animais portadores do vírus da raiva transmitem a doença pela saliva, através de um ferimento provocado pela mordedura.
Devido à proximidade do homem, o cão doméstico não vacinado responde com cerca de 90% dos acidentes. Sempre é importante esclarecer que um cão bravo, agressivo, nervoso não tem nada a ver com um cão raivoso, o qual também tende a ser agressivo e pode morder várias pessoas e outros animais, só que este último é doente e portador do vírus rábico.
Cão Raivoso
Gato Raivoso
Em alguns países desenvolvidos a raiva foi erradicada, mas mesmo assim a vigilância epidemiológica é efetuada sistematicamente em função dos animais silvestres.
Já no Brasil, a raiva humana ainda faz vítimas e até mesmo em alguns municípios do Estado de São Paulo aparecem casos de epidemia de raiva entre animais.
No ambiente rural, embora os cães ainda sejam os mais importantes transmissores, animais silvestres como morcegos, ratos e sagüis, também podem transmitir a raiva.
Não existe tratamento para a raiva. Qualquer animal suspeito deve ser mantido em observação e se comprovada a presença da raiva, ele deverá ser eutanasiado (sacrificado). A única forma de controle da doença é a preventiva, pois a imunidade pode ser adquirida somente através da vacinação.
Tanto em cães como em gatos a vacinação deve ser feita a partir dos 120 dias de idade e depois com repetição anual. Não é aconselhável vacinarmos animais doentes (com febre, diarréia, vômitos, por exemplo), nem cadelas prenhes (grávidas) e nem filhotes com menos de 3 meses de idade. Nestes casos é melhor vaciná-los em outra ocasião.
O vencimento da vacina anti-rábica ocorre depois de um ano da vacinação anterior, ou seja, se o animal tomou a vacina anti-rábica num determinado mês do ano, não é necessário repetir a vacinação em agosto, mas sim no mês que ele tomou a vacina.
O contágio e a disseminação da doença podem ocorrer em qualquer época do ano. A explicação que se dá para a escolha do mês de agosto para a campanha de vacinação contra raiva é que neste mês existe uma tendência de aumento na quantidade de cadelas no cio por várias razões fisiológicas e climáticas, havendo com isso uma maior aproximação e contato entre os cães acarretando conseqüentemente, numa maior possibilidade de propagação da raiva.
Portanto, não deixe de imunizar anualmente seus cães e gatos contra a raiva. É muito importante que conheçamos e estejamos cientes com relação à periculosidade desta doença.
O ideal, entretanto, seria que as vacinações sempre fossem acompanhadas de uma orientação profissional de um veterinário, para que todas as dúvidas com relação à raiva, outras doenças e aos cuidados básicos fossem esclarecidas. Por exemplo, até hoje existem muitas pessoas que acreditam que a única vacina que seus cães e gatos devam tomar seja apenas a anti-rábica.
Constatamos em nossos atendimentos diários essa completa falta de informação. E, por causa dessa prevenção inadequada, observamos a grande ocorrência de despesas com tratamentos de doenças, que poderiam ter sido evitadas, inclusive com a perda de vários animais queridos, os quais não passariam por todo este sofrimento caso tivessem recebido uma orientação e tratamento adequados.
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